De Martha para Freud
"As profundezas da minha alma percorre, como silenciosa prece noturna, um doce pensar em ti.
(...) Agora, meu amado – agora quero beijar você com o meu coração e sussurraria tantas coisas em seu ouvido que pareceriam tão tolas e loucas no papel – ninguém nos ouvia e ninguém nos via, e nem mesmo um esquilo curioso e envergonhado nos perturbava - , mas não quero sobrecarregar meu coração com pensamentos de como tudo poderia ser ainda mais bonito – eu amo você também de longe e me alegro como uma criança com suas doces cartinhas “pacíficas”
(...) E, se por acaso ocorrer a você duelar comigo depois, isso também não será possível, e sua boca será fechada – você já sabe com o quê.
(...) Fique bem, meu amado, fique feliz e alegre como
Sua Martha"
De Freud para Martha
"Minha doce Marthinha,
De verdade, minha doce menina: cada linha de sua carta renova em mim o orgulho de ter conquistado você, de poder servir por você.
(...) Sua carta está à minha frente e eu penso como parecem graciosas até mesmo as contradições que há em você, quão belos são os temas, até mesmo onde mais discordamos, e como as nobres palavras de Antígona de Sófocles parecem ter sido pronunciadas inteiramente para você: “É para amar com você, e não para odiar com você, que eu estou aqui”.
(...) Por isso, fique sabendo que eu penso que, de verdade, você não me ama mais do que eu amo você. Se eu imagino minha vida atual sem você, tudo desaba, por falta de sustentação e de interesse.
Você é a meta à qual eu me dirijo, o ponto de convergência de todos os meus desejos
(...) Você pertence inteiramente a mim, e você já percebeu que não estou disposto a dividir você com ninguém. Com cordiais saudações à doce amada,
Sigmund"
Retirado de "Psicoquê?"
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