As novas tendências e o perfil do
jovem empreendedor
Por Jéssica Danne e Valéria Trevizan
O empreendedorismo no Brasil tem
crescido muito na última década. De acordo com dados do SEBRAE,
os empreendedores são cada vez mais jovens. A
participação de empresários de até 24 anos na abertura de novas
empresas subiu 14% na última década. Os com idade entre 25 e 39
anos somam 49%.
Luiz Laam é um exemplo desse
movimento. Ele tem 28 anos e é um dos franqueados da G3W Concept, empresa que
atua há seis anos no mercado de tecnologia e internet. A empresa conta com mais
de 50 mil clientes e 19 mil franqueados em todo o país, atuando com a venda de
plataforma de sites e lojas virtuais, além de possuir um avançado sistema de gestão de conteúdo.
O público alvo da G3W são pequenos,
micro empresários e autônomos, empresas que necessitam disponibilizar grande
quantidade de informações e, ao mesmo tempo, precisam de autonomia para
gerenciar seu próprio site.
Para Luiz Laam, não há dia ou hora
para trabalhar. Ele é o que podemos chamar de um jovem com perfil empreendedor.
Largou seu emprego de mais de dez anos numa boa empresa, com um salário
considerável, para trabalhar por conta própria como franqueado a G3W. Está há oito meses atuando neste ramo e já
conseguiu melhorias consideráveis para sua vida pessoal. “Hoje sou mais feliz e
realizado profissionalmente”, diz.
Faz o seu horário de trabalho, não tem
cobranças, apenas suas metas pessoais, que são de crescer mais a cada dia,
aumentando o número de franqueados de sua equipe, e a sua renda mensal.
Outro exemplo claro de empreendedorismo
é o de João Paulo Oliveira, 44 anos, microempresário. Formado em publicidade
pela Universidade São Judas, montou em 2009 a JP Comércio de Tapetes Ltda., que
confecciona e comercializa tapetes de uso residencial, feitos a partir de
retalhos de polipropileno.
A demanda é alta, ele vende para
lojistas de todo o país em, cerca de dez mil tapetes por mês, para cada
cliente.
A ideia de explorar esse nicho de
mercado veio com a visão de negócio que ele adquiriu trabalhando para outras
pessoas. Percebeu que lojinhas de R$1,99 vendiam muito, muita coisa. “Na
maioria das vezes os produtos vêm da China então, percebi que existia campo
para pequenas empresas brasileiras trabalharem com esse público”, comenta.
Oliveira detalha o que utiliza como
elemento básico para seu negócio: qualidade com
preço baixo, produtos diferenciados e entrega rápida. “Esse mercado é
estável, então, os lojistas não criam estoque, o espaço físico dentro de uma
loja representa muito dinheiro, por isso temos que estar preparados para atender a demanda” argumentou.
Ele conta que trabalhar muito faz a
diferença. “É importante se jogar de cabeça. E quando o negócio é seu aumentam
o vigor e a disposição para ganhar dinheiro e crescer. É gratificante ver o
resultado. Cabeça no lugar, pé no chão e equilíbrio pessoal e saber dar o
devido valor a cada coisa da vida talvez seja a fórmula que encontrei para o
sucesso”, antecipa.
O empresário diz que nunca teve crise
nas vendas. João Paulo paga o salário que pode, pois o que não pode é se
comparar aos já estabilizados que possuem 10 funcionários.
Em relação a competitividade, concorda
que ela existe, mas por ser menor, vende mais por ser mais barato e vende
sempre. “Como a loja é popular você tem de focar no giro. Dentro do mercado os
meus tapetes são mais baratos R$0,20. Mas é necessário diminuir custos, olhando
para a produtividade. O insucesso é o olho grande. A má administração é o que
compromete o faturamento da firma. Você deve estar atento ao mercado, procurar
saber quais os materiais que terão alta no preço e já se preparar para pesquisa
de preço. E, o mais importante, atenção ao cliente, isso é imprescindível para
o sucesso”.
A Experiência
João Paulo teve uma ideia criativa e
que deu muito certo, mas nem sempre foi assim. Ele já teve uma gráfica que, por
falta de estratégia, má administração e crise no mercado, teve de ser fechada.
Valeu a experiência que lhe ensinou
muita coisa, inclusive a lidar com a ansiedade, comum aos jovens.
Novos projetos
Para o futuro, pretende aumentar
substancialmente a produção e a venda de tapetes, e desenvolver novos produtos.
Agregar novos itens a linha, utilizando o mesmo material reciclável, como por
exemplo a confecção e comercialização de jogos de tapetes para banheiros.
Estuda ainda a venda de placas de EVA de 10mm para tatames, academias,
residências e ambientes educativos.
Dicas
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Para os novos empreendedores, Oliveira
deixa as dicas:
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Conhecer o mercado
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Boa administração
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Disposição
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Persistência
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Contatos